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Postado por: Carlos Henrique
Data: 12/02/2019Ricardo Boechat:
ANAC fala bobagem e jornalistas embarcam
"O que faz o repórter?" - quis saber um marqueteiro que Ernandes Amorim contratou certa vez para dirigir o jornal A Tribuna, que havia adquirido de Rochilmer Rocha. Ele comprou também a ilusão que um espertalhão lhe vendeu: seria possível transformar a velha impressora de calandra em uma moderna rotativa offset. Possível realmente era, mas iria custar mais que uma máquina nova. Entusiasmado, entretanto, com o sonho de disputar a Prefeitura de Porto Velho, imediatamente depois de renunciar à Prefeitura de Ariquemes, Amorim logo comprou uma carga de papel imprensa e logo formou uma equipe de jornalistas. Vale lembrar que a candidatura deu em nada. O jornal idem. Um juiz eleitoral queria uma D-20 zerada, Amorim recusou, ele melou a candidatura e ainda se vangloriou disso no Bangalô.Foi nessa época que aconteceu a reunião com o marqueteiro, que esperava sistematizar a atividade a partir desse primeiro encontro. De jornal ele não tinha a menor ideia, mas esbanjava presunção. E sua pergunta mereceu resposta igualmente sucinta: - "O repórter faz pergunta!" Prefiro não nominar a autoria, mas lembro bem que foi aí que terminou a reunião do grupo de trabalho, que também ficou apenas nisso, junto com a meteórica carreira do tal marqueteiro na Tribuna. Toda essa conversa tem a ver - o leitor pode se espantar - com a morte de um velho amigo de longas conversas no "Coquinho Gaudêncio", em Juiz de Fora. Ricardo Boechat sabia exatamente que ao jornalista compete fazer perguntas. E, ao contrário do que se habituou a fazer hoje, produzir as respostas para oferecê-las ao público.Nossa grande imprensa parece composta exclusivamente por marqueteiros como aquele. Noticiou-se, por exemplo, como se fundamental fosse, para o esclarecimento das causas do acidente, que a empresa não estava autorizada a transportar passageiros. A própria ANAC distribuiu nota para dizer que "A empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA, estava certificada para prestar Serviços Aéreos Especializados — o que incluem (sic) aerofotografia, aeroreportagem e aerofilmagem, entre outros do mesmo ramo. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada". Disse mais, que tendo em vista essas informações, "abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente".É estupidificante o volume de bobagens que os jornalistas reproduzem simplesmente porque chanceladas por um órgão oficial, pelo visto, imune a questionamentos e à curiosidade do público. Ninguém, antes de veicular a nota, perguntou se, no caso de Boechat estar ali em um trabalho de "aeroreportagem"(?), o acidente não teria então ocorrido? Seria a bagagem do Boechat passageiro eventualmente mais pesada que a do Boechat repórter? Os helicópteros usados no transporte de passageiros são mais seguros que os dos jornalistas? O piloto que presta os tais "Serviços Aéreos Especializados" seria menos preparado que o de passageiros"? Os jornalistas envolvidos na cobertura deveriam fazer tais perguntas. Até em respeito à memória de Ricardo Boechat.Clique aqui e comente -
Postado por: Carlos Henrique
Data: 01/02/2019Miguel de Souza
pode ajudar novo governo de Rondônia em BrasíliaEspecialmente no momento em que o Sipam anuncia nova enchente, quase nos moldes daquela ocorrida em 2014, com grave potencial de calamidade.Embora Rondônia esteja entre os 11 estados brasileiros privilegiados por estar com as contas em dia, enquanto todos os demais estão em situação de absoluta penúria, a dependência do governo federal por aqui é quase total. E como o governador e a quase totalidade de seu secretariado têm pouca ou nenhuma experiência na área, aqui vai uma dica: o ex-deputado Miguel de Souza, atualmente na Valec, pode ajudar muito, especialmente na área de engenharia, que conhece muito, como na esfera político-administrativa, onde é fundamental encontrar o caminho das pedras.Miguel de Souza sabe, por exemplo, que não basta a boa vontade do presidente ou dos ministros para fazer acontecer da forma que as carências exigem: se não houver acompanhamento e muita conversa nos escalões inferiores os obstáculos se acumulam e as coisas não andam. Não se trata aqui de corrupção. É que são poucas as pessoas que decidem, geralmente servidores públicos de carreira, extremamente criteriosos, com larga experiência e acúmulo de serviço por falta de pessoal.Um projeto de engenharia pode ter pequenas falhas, de fácil correção, e ser devolvido por vias burocráticas, o que implica em retardar seu andamento por meses. Uma imensa perda de tempo. Até porque, ao retornar, ele pode ocupar o final da fila, para voltar a ser analisado sabe-se lá quando. Mas alguém que tenha acesso ao setor pode mobilizar os responsáveis, providenciar os reparos necessários, e em poucos dias resolver o problema. Ademais, não se pode esquecer que todos os demais estados, com maior representatividade e politicamente mais poderosos, estarão na fila, com igual propósito. Quem já esteve por lá sabe bem como funciona.Não custa, ainda, lembrar que Miguel de Souza foi quem lançou. como presidente da Fiero, a saída para o Pacífico, em busca da abertura de mercados, inclusive asiáticos, para a produção rondoniense e brasileira. Foi decisiva sua atuação para viabilizar as obras das pontes sobre o rio Madeira na área urbana de Porto Velho e no distrito de Abunã. Defendeu e patrocinou o projeto da ponte binacional de Guajará-Mirim. Colaborou para viabilizar o asfaltamento da BR-429 e os projetos de recuperação da BR-364, de Vilhena à divisa com o Acre, com duplicação de pistas em todos os trechos urbanos. O agronegócio rondoniense também deve muito a ele, não apenas por sua atuação quando vice-governador e titular da pasta de agricultura, como pelo escoamento da produção.Clique aqui e comente -
Postado por: Carlos Henrique
Data: 21/07/2018Será o Expedito?Getúlio Vargas demorou quase um ano para decidir, lá por 1933, sobre quem seria o interventor nomeado em Minas. Pressionado pela histórica disputa entre as correntes Bias Fortes e Andradas, o ditador decidiu finalmente por um nome neutro: Benedito Valadares, o que deu origem à expressão "Será o Benedito?"Por aqui, enquanto não muda a direção dos ventos, permanece a indefinição, entre os principais partidos, sobre as efetivas candidaturas. O MDB insiste em anunciar Maurão de Carvalho, mesmo sabendo que ele não passa da primeira curva, o que dirá então a primeira volta da pista para alcançar o segundo turno, na linha de chegada.Mas indecisão não é exclusividade emedebista. Acir Gurgacz continua saracoteando pelo estado inteiro a alardear sua candidatura, mesmo com o risco de lhe ser negado o registro em função da condenação pelo STF a quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto por crimes contra o sistema financeiro. Ou seja: se insistir em concorrer, mesmo amparado por liminar, o senador não chega a lugar algum.Falta-lhe bom senso! Esperar dele algum vestígio de humildade, nem pensar! Está claro que não é a sua hora, se é que ela poderá chegar algum dia. Acir é sabidamente ruim de voto. Foi suplente de senador e reelegeu-se graças a Confúcio Mora. Mas se concorrer sangrando, também não chega à primeira curva. Ainda mais - e como se já não bastasse - atrelado a um isolado Ciro Gomes. Pode ser que ele confie novamente no apoio do Confúcio que, ao que parece, será mesmo rifado na convenção do MDB. Mas erra novamente. Confúcio pode até transferir votos. Mas milagres definitivamente não faz.Com esse cenário, fica difícil responder às insistentes indagações sobre quem será o novo governador de Rondônia. A não ser com outra pergunta: Será o Expedito??? Podem anotar: as primeiras pesquisas já vão apontá-lo na frente.Programa do PT não assustaAnunciado com pompa e circunstância por Fernando Haddad - plano "b" de Lula - o programa de governo do PT propõe desfazer tudo o que Temer fez, como redução de gastos, reforma trabalhista, privatizações, et coetera.
Mas que ninguém se assuste! Ninguém do PT sabe dizer que relação existe entre "plano" e "governo". Ou o que possa vir a ser "governo", exceção feita à geração de emprego e renda, muita renda, para os associados.
De qualquer forma, é preciso lembrar que o PT já prometeu até revogar o Plano Real, a anistia e a privatização das teles. E não está enunciado, mas da reforma do judiciário que promete deve constar a extinção da lava jato e a demissão sumária de Sérgio Moro. Coisa para agradar a eleitores qualificados (nos autos).Clique aqui e comente -
Postado por: Carlos Henrique
Data: 19/07/2018Pensador da esquerda aponta "guerrilha"contra o judiciário: "Meta
é sobreviver.A qualquer custo"Que ninguém se iluda! O desembargador Rogério Favreto aquele que mandou soltar Lula - e fez até pirraça quando não foi obedecido - foi apenas mais atrevido, ao escancarar a porta do armário. Mas ainda tem muita gente importante lá dentro, a serviço do que o jornalista Alon Feuerwerker, 62, comunista nascido romeno em Arat e uma das mais brilhantes cabeças pensantes das esquerdas, classifica como guerra de guerrilha. Em seu excelente artigo "As circunstâncias da guerrilha e da contra-guerrilha no domingo de escaramuças em torno de Lula" ele desnuda principais pontos da estratégia: demonizar os adversários (todos os que não são claramente a favor), combater qualquer perspectiva de recuperação econômica do país a comando do centro, manter ativa a ocupação de espaço na mídia. E sobreviver. A qualquer custo.As esquerdas, sob coordenação do PT, vão continuar, portanto, bombardeando o governo Temer ou qualquer outro que não o seu. Feuerwerker aponta que o PT quer voltar ao pela nova guerrilha, embora não saiba, como sobejamente demonstrado, o que fazer com ele depois. Uma das metas é impedir por todos os meios a recuperação econômica do país. Não importam os sacrifícios a serem impostos à população: o sofrimento é até admissível, preço justo, pensam, a ser pago para que venha o socialismo. Como na Venezuela, os fins justificam os meios. Temer até estava conseguindo algum sucesso, segundo o articulista: "O governo Temer ensaiou consolidar-se e projetar uma expectativa de poder futuro, mas atrapalhou-se no plano policial e os efeitos foram imediatos sobre a economia". O jornalista, a quem é atribuído inimaginável índice 200 de QI, falha, contudo, ao não aceitar algumas variantes em seu raciocínio lógico.A começar pelo ataque ao judiciário. Não seria lógico pensar que o desembargador Rogério Favreto possa ter sido o único agente "adormecido" das esquerdas entre os operadores do direito. Mas sua ação vai resultar em redobrada atenção contra a eventualidade de novas manifestações. Outro ponto perdido pelas esquerdas foi a fragilização do poderio sindical a partir da reforma trabalhista, contra a qual a esquerda se insurgiu no STF e permitiu, com a derrota, que ficasse juridicamente consolidada. Um episódio, ainda no governo Goulart bem demonstra a histórica força do aparelhamento sindical pelas esquerdas. Hércules Correia, então secretário geral da CGT, contava que o poder de mobilização era tamanho que até ele foi surpreendido com uma greve deflagrada pelo presidente do Sindicato dos Ferroviários do Rio, um tal "Batistinha". Motivo: o falecimento do Papa.Ademais, passadas as eleições, Michel Temer pode retomar as ações em favor da reforma da Previdência, com chances muito maiores, então, de conseguir sucesso. Afinal, mais da metade dos parlamentares terá sido derrotada nas urnas e não retorna em 2019, o que, pelo menos hipoteticamente os afasta de maiores compromissos com o eleitorado que os terá rejeitado. Medidas impopulares já não assustariam tanto, então, fora do período eleitoral. E os reeleitos terão quatro anos para colher os frutos do sucesso econômico da medida. Para que, então, resistir ao grande poder de sedução que o governo Temer ainda terá? É bom lembrar que a iniciativa, com tamanhas perspectivas de sucesso, poderá resultar de imediato na elevação de até um ponto percentual do PIB. Basta esperar para ver.É o imponderável, que Alon Feuerwerker parece desconsiderar. Ele acredita que "Quanto mais o PT conseguir evidências de que a prisão e a inelegibilidade de Lula são produto de uma, como alega, farsa judicial, mais difícil será aos adversários consolidar uma alternativa eleitoral capaz de projetar algum tipo de pacificação política do país. Sem o que é inimaginável a tramitação de reformas impopulares, como as que o campo liberal acredita essenciais". Ele avalia que "Uma parte da sociedade acredita que qualquer coisa vale para manter Lula preso e inelegível. É minoria. Outra parte, também minoritária, pensa que Lula é puramente um perseguido político".E sentencia: "Os primeiros tomaram a iniciativa quando o governo Dilma se mostrou incapaz de controlar minimamente a política e acender a luz no fim do túnel da economia. Os segundos vão retomando alguma iniciativa diante da fraqueza progressiva do bloco político que entronizou e mantém Temer. Basta olhar as pesquisas. E quanto mais durar a barafunda política, mais inviável será acelerar a retomada econômica, sem o que qualquer hegemonia do dito centro para a direita será difícil de estabilizar. Até porque a solução clássica de simplesmente eliminar a guerrilha no plano físico não está à mão. A correlação de forças não permite. Daí que aqui e ali se comece a tatear por um centro que busque algum modo de união nacional. Mas as experiências anteriores desautorizam otimismo sobre conciliações que partam da exclusão de alguém ainda relevante".Esta é, em síntese, a verdadeira estratégia do PT & acólitos. O partido sabe que Lula não será solto. E é até melhor que permaneça preso, pois os dirigentes poderão pensar mais no partido e menos nos interesses pessoais de seu maior líder. Seu nome continuará a ser usado à exaustão. Senão para fortalecer, pelo menos para impedir que as bancadas definhem. É bem possível que consigam, nesses tempos de vacas para lá de anoréxicas, já que, para o PT, o Fundo Partidário não passa de trocados. Engana-se, portanto, quem pensa basta uma eleição para mudar essa realidade dramática.Comentários via WhatsAppCarlos Alberto - professor UFCG
Muito lúcidos seus comentários em relação ao artigo produzido por Alon que conheci nos meus tempos de movimento estudantil.
Seu contraponto é uma boa reflexão sobre o futuro da esquerda brasileira a reboque do Lulismo. Concordo que o fenômeno lulismo é um processo de longo prazo não se resolve plenamente na eleição presidencial que se aproxima.
O amigo foi feliz em sua análise. Você sempre escreveu bem e boas ideias.CHA - Obrigado, amigo.Carlos Alberto - professor UFCGA vida tem mostrado que nem direita nem esquerda. Pelo lado da esquerda observa a Venezuela e a Nicarágua. Pela extrema direita os exemplos são fartos de regimes totalitários.Fico com o socialismo moreno de Darcy Ribeiro e que Brizola foi em defesa.Uma coisa do século XXI e não ideias do rococó ainda do século XIXCHA - Não importa a cor ideológica. Todas estão corretas, quando não sacrificam o bom senso, pois não?Clique aqui e comente -
Postado por: Carlos Henrique
Data: 09/07/2018Bolsonaro, quem diria, acerta uma ao advertir para o risco de intervenção militarAlgué já comparou o louco a um relógio parado: pelo menos uma vez por dia ele está certo. Parece ter sido o momento de Jair Bolsonaro. Ele disse à Folha que a situação do país é pior do que o período anterior a 1964. Ele criticou o aparelhamento de instituições e comparou a situação ao contexto do golpe militar. Mas demonstrou, logo em seguida, que continua Bolsonaro ao afirmar que a esquerda naquela época não estava tão aparelhada como está hoje. Estava sim!Tivesse algum conhecimento sobre a história ele saberia que João Goulart não foi derrubado apenas pela direita, com Lacerda e sua UDN, da qual se aproximou o PSD. A esquerda forneceu farta munição aos golpistas, com Brizola no sul, Arraes no Nordeste e os sindicatos em todo o país. Mais a CIA, claro, por conta da nacionalização das empresas americanas iniciada pelo então governador Leonel Brizola.A ponto de, no fatídico comício da Central, meu conterrâneo Clodesmidt Riani, então deputado e presidente da CGT, ter anunciado, na véspera do movimento, que parava o país em menos de 24 horas caso não fossem aprovadas as reformas que Jango negociava com as bancadas Congresso.Bolsonaro parece desconhecer também que a organização sindical dos sargentos, vista como perigosa pela quebra da hierarquia militar, foi a gota dágua para os defensores do golpe de estado, que já tramavam e foram contidos pelos legalistas - o marechal Henrique Lott à frente - em vários episódios desde a tumultuada posse de Juscelino.Mas a verdade é que, com o Executivo e o Legislativo claramente fragilizados perante a opinião pública, não ajuda em nada à estabilidade institucional do país o ativismo judicial que permite trapaças como a arquitetada pela defesa de Lula. Seus advogados, como que para esconder as unhas para não comprometer seu trabalho no STJ, não assinaram o recurso, mas foi uma clara manobra, verdadeira cilada para desacreditar Sérgio Moro.Engana-se quem imagina que não há clima para uma intervenção militar. Sempre há. Ele está agora mesmo sendo fomentado diariamente, a cada nova trapalhada das autoridades.Clique aqui e comente
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