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Postado por: Carlos Henrique
Data: 23/10/2024Coronelismo de Chaves
Hildon Chaves emite sinais
de derrota e prepara a saída
com “duplo mortal carpado”Para quem se elegeu por ostentar virtudes de neófito na política, o prefeito Hildon Chaves parece ter buscado, no fim do mandato, inspiração em “Coronelismo, enxada e voto” de Victor Nunes Leal, cuja leitura recomendo. Ele prepara sua saída com um duplo mortal carpado: convocou a presidente do Sintero, Dioneida Castoldi, para anunciar o pagamento do piso salarial dos professores já a partir da folha de novembro.Está de parabéns o alcaide: foi aprovado com louvor no teste de ortodoxia política. Coisa da velha república. O movimento, considerado de elevado risco para os ginastas, não implica, à primeira vista, em danos pessoais para o autor, apesar do devastador efeito financeiro para quem o suceder no cargo – tanto faz se Leo Moraes ou Mariana Carvalho, surpreendentemente nessa ordem.Principal apoiador de Mariana, o prefeito emite, com o anúncio, preocupante sinalização de que o “já ganhou” foi um sonho e que Porto Velho vai aprontar nova reviravolta no domingo. Vai daí que, ao deixar pesadas dívidas para o sucessor pagar, ele tenta salvar o que for possível da derrota acachapante para o magote de cabeças coroadas que brincou de ciranda na campanha.Mariana reuniu toda a cacicada em um verdadeiro “quarup” com Bolsonaro no honroso pedestal de “Mawutzinin” - primeiro homem do mundo, na mitologia das aldeias do Xingu. O problema é que parece terem esquecido de convidar os índios e a receita desandou. O próprio Mawutzinin pulou fora, a pretexto de contestar o apoio do candidato do PDT à cada dia mais provável ex-futura prefeita.
Leo Moraes tem apoio declarado de um único deputado, Fernando Máximo, justamente o mais votado em 2022, que chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto até ser defenestrado em articulação comandada por Maurício Carvalho. Que aliás se elegeu com as sobras do caminhão de votos de Máximo. Moraes, que não é besta, vai buscar também o apoio do senador Confúcio Moura, único rondoniense com acesso a recursos do governo federal.Se alguém acha que, eleito, Leo terá problemas com uma Câmara de Vereadores totalmente composta por representantes da coligação de Mariana, pode esquecer. Por aquelas bandas só dá “centrão”. E muito provavelmente ele já tenha conquistado maioria antes mesmo do segundo turno. O centrão fareja poder.

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