• Postado por: Carlos Henrique
    Data: 22/02/2014

    Usinas paralisadas

     Tragédia Anunciada:

    Usinas paralisam produção
     
    O esforço das usinas do Madeira para desqualificar os mensageiros que portavam más notícias, não acompanhou, na realidade, o que foi dito insistentemente nas inserções publicitárias que inundam (perdoem o trocadilho) a mídia. Ouvi dizer que andaram culpando o “mijo dos anjos” pela elevação das águas do Madeira. E que o planejamento das usinas é para durar dez mil anos. Que bom. Mas será que o ambicioso planejamento previu a paralisação da produção de Santo Antônio e Jirau?
     
    Pois é. Na manhã de ontem, a elevação das águas determinou a paralisação da produção em Santo Antônio. À tarde, Jirau também parou. A empresa teve que abrir as comportas para fazer com que baixem as águas  que deixam isolado Guajará Mirim e todo o Acre. Com isso, subiu o nível do lago de Santo Antônio e a produção ficou inviabilizada.
     
    O abastecimento de Porto Velho e região ficará exclusivamente por conta de Samuel e da Termonorte. Nada que, por enquanto, possa preocupar Rondônia e Acre. A suspensão do abastecimento, decorre, por enquanto, dos riscos ocasionados pela inundação. A energia AINDA não está faltando. Mas vale lembrar que o sul e o sudeste estão perto de um racionamento. Tão perto que o governo começa a negar.
     
    É preciso esclarecer que  Jirau estava produzindo perto de 730 MHh exclusivamente para Rondônia e Acre, em decorrência de problemas técnicos não previstos no planejamento ‘para dez mil anos”. É que, como já foi dito aqui, os sistemas de produção e distribuição não “conversavam entre si” e foi preciso uma destinação local para a energia. Ainda bem que a Termonorte continuava “stand by” para complementar a energia de Samuel. O que poderá acontecer, contudo, com um racionamento “lá embaixo”, no Brasil que tem poder, isso só Deus sabe.
     
    Pior para as usinas, que já não sabem o que fazer. É que pelo menos Santo Antônio negociou, no mercado futuro da bolsa, a R$ 43,00/MWh, a energia que “planejava” produzir. Sei não, mas agora, na hora de entregar, não têm energia e vai ser preciso comprar nos leilões do mercado.
     
    Segundo Valor Econômico, o  preço de liquidação de diferenças (PLD) — preço da energia de curto prazo — para a próxima semana continuará no teto regulatório de R$ 822,83 por megawatt-hora (MWh) nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 21, pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
     
    De acordo com o órgão, o PLD para o subsistema Nordeste sofreu leve aumento, passando de R$ 730,19/MWh, nesta semana, para R$ 732,99/MWh, na próxima semana. Já, para a região Norte, o preço recuou de R$ 574,31/MWh para R$ 160,61/MWh. Só que por aqui não existe energia para a venda. Mas, pelo visto, tudo isso está igualmente planejado para os próximos dez mil anos.
    • Nome: Francisco Américo Hauser
      22-02-2014 12:02

      Comentario: O planejamento do 3º Reich previa que o mesmo deveria durar 10.000 anos também, mas como foi planejado sobre dados manipulados, mentirosos não durou 10 anos. Será que as Usinas do Madeira e seu Sistema de Transmissão foram planejadas e construídos sobre dados confiáveis?


    • Nome: Kruger Darwich
      24-02-2014 12:02

      Comentario: Gostei da matéria. Muita coisa precisa ser explicada. Existe um "buraco negro" em toda essa estória das usinas. Só uma correção: o valor do MWh do leilão de Santo Antônio foi R$78,78 e de Jirau foi R$71,49. Os estudos mostravam à época o valor variando entre R$45,52 a R$51,00/MWh. Eu afirmo categoricamente que a causa dessas enchentes tanto a montante quanto a jusante das usinas tem contribuição sim das barragens. Ora, a jusante de Jirau fica a montante de Santo Antônio. Por que retiraram Mutum do lugar e construíram outra Mutum? Porque havia previsibilidade de alagação naquela localidade. Mas Jirau deslocou o eixo do barramento em 10 km sem nenhum estudo de impacto de vizinhança. Portanto não podiam prever o que iria acontecer. Deu toda essa lambança.


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