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Postado por: Carlos Henrique
Data: 18/11/2013Terror e guerrilha
Terror e guerrilha em RO“Todos esses fatos podem ser constatados por qualquer pessoa que ande pelo Vale do Anari, Teobroma, Buritis e Jaru. E tudo sob o olhar complacente das autoridades federais, da igreja e do PT”. Selecionei o comentário entre os muitos enviados por leitores assustados com a realidade do terrorismo praticado pela guerrilha em Rondônia. Um amigo perguntou: “A coisa está assim tão feia?”. Respondi que a realidade é ainda mais nefasta. E que pode muito bem ter o dedo dessa gente militarmente treinada em ações relâmpago nos assaltos a bancos e caixas eletrônicos aqui registrados.
Os leitores estão certos. Errada está a ministra do meio ambiente, Izabella Teixeira, que disse “lamentar” a morte do policial da Força nacional em Rio Pardo e considerou “inaceitável” o episódio e que quer entender a circunstância em que tudo aconteceu. Está errada porque seu governo sabe exatamente o que está acontecendo ali. E engana-se ao reduzir a morte a um mero caso isolado. Não foi. As mortes naquela região podem ser contadas às dezenas, um problema que tem origem na própria leniência governamental, a tal ponto cúmplice do movimento dos sem terra e congêneres que o governo Dilma/Lula pode até mesmo ser responsabilizado criminalmente por isso.
Engana-se ainda o repórter Fernando Moreira, do site Buritinews ao imaginar que o tipo que matou o policial pode ter partido de uma das munições deflagradas pelo fogo na viatura. O vídeo mostra que os manifestantes não portavam armas de fogo. Mas aqueles que moblizaram a manifestação não aparecem. E certamente terá sido daí o tiro. Análises preliminares indicam que a bala é de uma arma calibre 38. Um manifestante foi detido por porte de um revolver desse calibre e em sua casa foram encontradas munições, pólvora e uma garrucha. Mas a polícia encontrou também um binóculo e rádios, o que, convenhamos não são exatamente equipamentos de um camponês pobre.
LCP culpa autoridades
O vídeo, gravado e distribuído por Fernando Moreira, mostra o que aconteceu no local e desmente a nota oficial publicada pela LCP. Fica claro que o que se esperava daquilo tudo seria uma reação violenta dos policiais, com tiros e morte de manifestantes. A LCP esperava obter ali alguns caixões para exibir seus “mártires” da luta pela terra. Os guerrilheiros devem ter ficado decepcionados com o que esperavam ser uma nova Corumbiara. A nota começa por explicar a situação do ponto de vista da guerrilha, que usa e manipula com naturalidade a situação das famílias instaladas na flona de Bom futuro em defesa dos próprios interesses.A nota lembra que o distrito de Rio Pardo fica a 350 km de Porto Velho, porém seu principal acesso é pela cidade de Buritis a cerca de 100 Km. E diz que é uma região de intensos conflitos agrários com dezenas de assassinatos de camponeses registrados nos últimos anos. “Em todos estes conflitos a atuação da justiça e polícia é sempre para defender os interesses dos grandes latifundiários grileiros de terras e contra as famílias camponesas da região”.E garante que os camponeses se defenderam com rojões, pedras e paus, como mostra o vídeo. Mas atribui a morte do policial a “um suposto disparo acidental”. Dá para imaginar o que teria acontecido se vítima fosse um dos invasores. O cadáver insepulto estaria desfilando por todo o estado até agora.O futuro de BarbosaElio Gaspari comentou na Folha que “na sessão de quarta-feira do STF Joaquim Barbosa disse que até dezembro haverá um pedido de aposentadoria de ministro da corte. Pelo calendário, não haveria. O decano Celso de Mello só completará 70 anos em novembro de 2015. Se Barbosa se referia à própria aposentadoria precoce, o calendário eleitoral informa que até abril ele poderá decidir se entra na disputa da eleição presidencial, pois os juízes têm um prazo especial para desincompatibilizações. Se não disputar o Planalto, estará preso à lei que exige um ano de domicílio eleitoral no Estado onde pretende disputar um cargo. Como seu domicílio está no Rio, só poderá concorrer no Rio. Joaquim Barbosa disputando o Palácio Guanabara ou uma cadeira de senador animaria a campanha do Estado”.Deu no Alerta TotalDilma Rousseff não quer que o Mensalão e outros escândalos ainda menos votados (como os que podem estourar na Petrobrás e Eletrobrás) afetem sua campanha reeleitoral. Por isso, além da súbita e imediata prisão dos mensaleiros (onde se enxerga a evidente impressão digital do Palhaço do Planalto), a primeira grande vítima do processo de “limpeza antecipada de área” é o ex-presidente da Petrobras. José Sérgio Gabrielli será preterido na sonhada disputa ao governo da Bahia.Os marketeiros de Dilma temem que a candidatura Gabrielli, numa sempre sangrenta campanha ao Palácio Rio Branco, crie problemas diretos ao governo federal. Adversários já teriam um arsenal de denúncias contra Gabrielli na Petrobras. Investidores da estatal de economia mista já têm várias ações judiciais em andamento e outras engatilhadas contra atos de gestão dele que, claramente, feriram os princípios de governança corporativa e produziram bilhões em prejuízos.Por isso, detonando antecipadamente Gabrielli, os petistas baianos devem optar pela candidatura de Rui Costa, atual chefe da casa civil de Jaques Wagner, ou pelo senador Walter Pinheiro, que corre por fora. Gabrielli ainda ameaça rodar a baiana, esta semana, em uma reunião que terá com seu padrinho Luiz Inácio Lula da Silva. Mas ele sabe que Lula pode interferir pouco no confuso PT baiano. E a fritura dele em azeite político de dendê causará fraturas graves que podem atrapalhar a manutenção do PT no poder na Bahia.A ordem no governo é aproveitar a onda carnavalesca com a prisão dos mensaleiros – que ano que vem facilmente cairá em esquecimento – para, de imediato, evitar que outros escândalos ganhem destaque. Um alvo direto a ser blindado é o ministro Guido Mantega. Primeiro, evitando uma repercussão maior do escândalo em que dois assessores dele teriam recebido um mensalinho de R$ 60 mil por renovar um contrato de assessoria de comunicação. Segundo, impedindo que sigam adiante investigações na Petrobrás, onde Mantega é presidente do Conselho de Administração e dá as cartas junto com o diretor financeiro, Almir Barbassa.
