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Postado por: Carlos Henrique
Data: 24/10/2013Uninas devem R$ 3 bi
Usinas devemR$ 3 bi a ROTécnicos do Indam informaram ontem que os problemas decorrentes do desequilíbrio hidrossedimentológico provocados pelas barragens das usinas de Santo Antônio e Jirau não têm a menor possibilidade de algum tipo de controle. O desequilíbrio é ocasionado pela decantação de sedimentos (cascalho e areia) nas barragens, o que amplia a capacidade de remoção de novos sedimentos à jusante ou depois de transpostas as comportas.Como sai mais limpa leve, a água tem muito maior capacidade corrosiva e arrastar consigo novos sedimentos. E isso não vai parar. Ao contrário, quando forem fechadas as comportas de Jirau, será maior ainda a decantação e maiores estragos serão causados, tanto antes quanto depois das barragens. O desaparecimento dos peixes denunciado pela Colônia de Pescadores tem a ver exatamente com isso.Mas, ao contrário do que deixam escapar para o público, as usinas estão sim muito preocupadas com a situação. Elas represaram as informações temerosas da voracidade de algumas lideranças políticas, especialmente num momento pré-eleitoral. E não estão erradas, já que, no geral, a gritaria objetiva vantagens pessoais. E o público que se dane. Os técnicos lembram, contudo, que existem meios para a realização de um trabalho compensatório, que deverá ser executado às claras, com acompanhamento e fiscalização de entidades insuspeitas, como o Ministério Público e o CREA.Recursos para isso existem. Ainda não foram investidos mais que alguns centavos dos 5% do valor do investimento, calculado em torno de R$ 60 bilhões nas duas usinas, em compensação ambiental, determinados pela legislação. As usinas sabem disso. Basta empregar esses recursos para reduzir os efeitos dos estragos.Os técnicos lembram que não há como desconhecer os bilhões já investidos, que literalmente transformaram a economia do estado, especialmente na capital. Os dois consórcios já aplicaram R$ 3 bilhões em cinco anos para mitigar o impacto de vizinhança com obras sociais. Isso elas podem facilmente comprovar com farta documentação. Nada a ver com as obras de implantação.Da mesma forma, já geraram ICMS médio anual de R$ 600 milhões em compras aqui realizadas nos últimos cinco anos. Já recolheram também média anual em cinco anos de R$ 160 milhões em Impostos municipais. Foram quse R$ 7 bilhões. Tudo isso diretamente, fora dos investimentos nas obras, sem contar as arrecadações indiretas e os pagamentos realizados a dezenas de milhares de trabalhadores, pelo menos parte dos quais ficaram na economia local. Só não podem comprovar os investimentos de R$ 3 bilhões em compensação ambiental que sabem que uma hora serão obrigadas a fazes. Porque não usá-los no enfrentamento de um problema que afeta comunidade, usinas e tira o sono dos dirigentes?As belíssimas praias do Madeira, fotografadas por Marcos Grutzmacher, já foram levadasOdebrecht diz que sistemapromove migração de peixesA jornalista Angelita Gonçalves, responsável pela Assessoria de Imprensa da Usina de Santo Antônio, informa ao blogueiro sobre a existência de um sistema implantado pela Santo Antônio Energia, empresa responsável pela construção e operação da usina hidrelétrica Santo Antônio, que garante a migração de peixes rio acima, de forma que ultrapassem a barragem da usina e sigam normalmente o seu curso na época da piracema.A atenciosa assessora não sabe ou não foi ainda informada que o sistema deixou de funcionar em decorrência do acúmulo de barro e lama, os tais sedimentos, sobre os motores encarregados do abastecimento dos canais ou escadas, como chamam os pescadores, deixando-os inoperantes. Com isso, os peixes desapareceram. Até uma draga já teria sido usada, sem sucesso, ara desobstruir os motores.Localizado na Ilha do Presídio, próxima à margem direita do rio, o Sistema de Transposição de Peixes (STP) possibilita a migração necessária para a desova de diversas espécies e a manutenção da atividade pesqueira na região, mesmo com a usina em operação. A estrutura, em funcionamento desde dezembro de 2011, após o enchimento do reservatório, tem cerca de 900 metros de extensão e dez metros de largura em seu canal principal.A estrutura do STP – explica didaticamente a assessora, consiste num corredor que reproduz as características naturais das cachoeiras do rio Madeira e a vazão proporcional similar ao rio – tudo isto para proporcionar a identificação do peixe com seu habitat natural. “Uma das principais preocupações durante a construção e operação da hidrelétrica Santo Antônio é a manutenção da abundância dos peixes no rio Madeira, tendo em vista a importância econômica e cultural da atividade pesqueira para toda a região. Assim, a empresa optou por um avançado e eficiente sistema e investiu em pesquisa e estudos que ampliassem a sua confiabilidade.”, garante o gerente de Sustentabilidade da Santo Antônio Energia, Ricardo Márcio Martins Alves.Só que, lamentavelmente, não está funcionando.

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