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Postado por: Carlos Henrique
Data: 04/09/2013Imprensa quer negociar
Imprensa insiste em
bater para negociarÀs vezes sou conduzido a admitir que todos os esforços desenvolvidos no sentido de contribuir, com alguma experiência adquirida em mais de trinta anos de praia, para melhorar da linha de ação e conduta da imprensa local tem sido absolutamente inúteis. A orientação editorial da mídia eletrônica, se é possível identificar alguma, permanece a mesma: bater para negociar. E o leitor que fique com cara de tacho. Também, quem mandou saber ler, não é?Pois bem. O governador Confúcio Moura reuniu ontem a imprensa para apresentar uma proposta de reforma administrativa a ser enviada para aprovação da Assembleia. Vai daí que o site Tudo Rondônia diz que “Depois de falir o estado, Confúcio agora anuncia corte de gastos”. Não há qualquer preocupação em dizer, na matéria, onde diabos ficou claro que o estado está falido. Nem de explicar que as dificuldades acontecem por culpa do governo federal. Ou mesmo esclarecer aos leitores que as mudanças são preventivas, para assegurar a continuidade do pagamentos de servidores dentro do mês trabalhado, dos fornecedores, da manutenção do cronograma de investimentos e da ajuda aos municípios.Tudo Rondônia noticia, porém, que Hermínio Coelho vai impor redução de 30% do orçamento da Casa. Como é mera reprodução de release, não foi possível nem interessou ao editor perguntar como será isso em 2015, quando certamente haverá uma nova mesa diretora e ele poderá inclusive não estar mais por lá. A mídia eletrônica noticia também a participação de “Ana da Oito”, que registrou seu crime em cartório, e Epifânia Barbosa, denunciada pelo MP por peculato, na entrega solene de ambulâncias por elas destinadas aos municípios.O site, que integra a trincheira dos “cadeiantes” e afins identificados pela Operação Apocalipse e mantidos com o dinheiro do narcotráfico, conforme ficou evidente nas investigações da Polícia, tenta superar a irreversível perda de leitores com o uso das oposições facebooquianas, que reverberam as manchetes sem ler o conteúdo. Raciocinar sobre isso, nem pensar. São inocentes úteis idiotas remunerados ou em busca de notoriedade que eventualmente terão que responder processo sem saber a causa.Acreditam, coitados, que ser jornalista dá status. Ou dinheiro. E nessa doe ilusão sapecam no Facebook o que lhes dá na telha. Ontem mesmo um desses candidatos a celebridade instantânea escreveu que depois da tempestade vem a “abonança” e agora curte-se um clima “mais a menos” – não sei exatamente se pretendia dizer “mais ameno” ou “mais ou menos”.A verdade é que, segundo matéria do Decom a reestruturação não só extingue Secretarias, reduzindo seu número de 14 para 10, mas pretende colocar um freio na chamada “politização” dos CDS, além de criar, pelo sistema da meritocracia, defendido desde o início da gestão Confúcio Moura, as funções gratificadas exclusivas dos servidores do quadro estadual que estiverem ocupando cargos de confiança na estrutura do governo, com a consequente valorização profissional..
Fim do voto abertoA jornalista Josi Gonçalves comemorou no Facebook a aprovação, pela Câmara, do projeto que determina o fim do voto aberto para as votações. Por unanimidade e em votação aberta, os deputados federais aprovaram a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 349/01, que acaba com o voto secreto no Legislativo. O problema é que a proposta segue agora para o Senado, que já tem ideia própria sobre o assunto e Renan Calheiros já avisou que vai apoiar a emenda da Casa, bem mais eu diria “compreensiva”.Pior: a PEC do Senado já tinha sido votada, aprovada e enviada à Câmara, como informa Mara Paraguassu. Mas os deputados optaram por colocar na pauta outro projeto, já aprovado e primeira votação há sete anos. E é justamente o que vai para o Senado. Pelo visto, cada uma das casas ficará esperando a manifestação da outra. Ou seja: um deixa pro outro, que deixa pro um.Comentei: vou dizer, cara Josi, o que cabei de falar com Mara Paraguassu, pegando carona na recomendação de Plínio: “vigilate et orate”. Ou seja: é preciso estar atento para não permitir que caia no esquecimento e rezar para que os nobres parlamentares não empurrem tudo para debaixo do tapete. A esperança é contar com a atenção e as pressões da mídia nacional que, felizmente, não é como a nossa, sempre tão generosamente propensa a negociar. Você acaso duvidaria que, por aqui, Cassol, Donadon et caterva não apenas seriam inocentados, mas teriam reeleição assegurada? Josi concordou.Processo contra delegadosO ínclito “jurista” Alan Alex publicou em sua coluna comentários altamente elucidativos para a condução do inquérito resultante da Operação Apocalipse. Disse que “a Polícia Civil entregou para a justiça os inquéritos de primeiro e segundo graus da Operação Apocalipse. E fez isso de forma errada. A lei determina que seja(m) entregue(s) ao Ministério Público.Como sou neófito no assunto e não tenho a petulância de impor aos leitores um conhecimento que efetivamente não possuo, fui pesquisar com quem entende. Especialistas e autores renomados dizem no Google que, encerrada a investigação criminal esta é encaminhada ao juízo competente. Mas em razão da características da inércia da jurisdição não pode o juiz de ofício instaurar processo. Nos casos de crimes de ação penal pública o inquérito é encaminhado ao Ministério Público.O “causídico” Alan Alex diz ainda que “muita coisa ainda precisa ser avaliada em relação a essa operação da Polícia Civil. Todos os delegados envolvidos estão sendo denunciados criminalmente pelos advogados dos acusados, o Ministério Público investiga a legalidade de escutas, até onde se sabe o tráfico de entorpecentes não foi materialmente comprovado e só isso já é suficiente para que todo o inquérito seja anulado”.Só não disse quem foi que lhe explicou isso. Se os advogados dos acusados querem processar os delegados, direito deles. Se há alguma possibilidade do inquérito ser anulado, argumento que demonstra ser uma clara e inequívoca argumentação da defesa, o Ministério Público haverá se se manifestar. E a justiça poderá ou não acatar. E com toda a certeza a avaliação não será norteada pelas presunções do jornalista. Parece que o período de férias não foi suficiente para aclarar as ideias do amigo Alan Alex. Permito-me, com o devido respeito, sugerir a prorrogação do merecido descanso, pelo bem de seu raciocínio lógico. Se é que já houve algum.ALE “contra” a CorrupçãoReproduzo, por ser bastante apropriado, texto publicado pelo movimento “Vem prá rua”: - A moralização da Casa de Leis diante dos escândalos envolvendo o parlamento estadual foi mais um feito dos distintos deputados da ALE/RO. O deputado Hermínio Coelho executou o que todos previam com relação à manobra política da Comissão Processante Permanente, que diz ter dado boa resposta à população diante das acusações da Operação Termópilas, com a cassação do mandato do deputado Valter Araújo (PTB), apontado como líder da quadrilha desarticulada em novembro do ano passado.A falta de ética e “enrolação” dos parlamentares na apuração dos fatos denunciam a estratégia e fazem do cidadão um idiota completo, uma vez que se cassa um e apenas adverte outros, mesmo tendo sido exposto pelo MP e PF a imensa gravidade dos fatos cometidos por todos. Esse claro esquema mostra apoio aos deputados envolvidos no caso, fundamental para quem quer continuar usufruindo dos R$ 23.772.17 de salário e indispensável para confirmar Hermínio na tão cobiçada cadeira da presidência, com direito a administrar um orçamento de mais de R$ 170 milhões para 2012.E não para por aí. Em momento tão crucial para a democracia rondoniense, engana-se a população com a punição dos deputados e transforma a presidência interina em titular da Casa de Leis com áreas de grande revolucionário, como se tivesse acabado de inventar a roda, com gritos de moralidade e austeridade administrativa. Ato heroico de valor e bravura apenas para o eleitor sentir-se menos enganado após tantos escândalos. Na realidade, por trás das paredes que ouvem e portas que veem, há um aglomerado de acertos, conchavos e pactos de silêncio envolvendo a “incorruptível” imprensa rondoniense.De uma forma ou de outra, toda a mídia rondoniense está vendida ao poder legislativo, seja através de investimento direto nos jornais e websites de notícias, seja por nomeação de pessoas ligadas a estas mídias, seja pelas duas formas. É mais fácil administrar em favor de si e dos companheiros com a imprensa jogando no mesmo time. Isso significa dizer que alguns jornais e sites recebem através de pagamento pela publicidade e mais, através de parentes ou funcionários nomeados na folha de pagamentos daquele poder.O cidadão é mesmo um pateta, bobo da corte. Pobre idiota enganado que lê diariamente notícias em sites, revistas, jornais e acredita que tudo o que está ali foi reportado por pessoas sérias, compromissadas em informar, em colocar a sociedade a par do que acontece nos bastidores do poder. Ledo engano. Nós lemos o que os políticos querem que saibamos. Pois pagam, e caro, para manipular a imprensa a não publicar os podres e somente o favorável. Na lista de comissionados da ALE há, pelo menos, 50 nomes de pessoas da imprensa da banda podre, de todas as partes do Estado.É forçoso esclarecer que a relação de nomes que complementa a matéria está desatualizada e não a publico agora pelo risco de cometer alguma injustiça.

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