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Postado por: Carlos Henrique
Data: 22/03/2013Médicos a favor do aborto
CFM diz ser contra aborto,
mas médicos são a favor“Com base em aspectos éticos, epidemiológicos, sociais e jurídicos, as entidades defendem a manutenção do aborto como crime, mas acham que a lei deve rever o rol de situações onde há exclusão de ilicitude”. Traduzido para o bom Português, o malabarismo retórico dos médicos quer dizer que os Conselhos Federais de Medicina criminalizam o aborto, mas admitem sua prática nas desde que até os quatro meses de gestação. Vão quebrar as clínicas clandestinas e ampliar a demanda pelos próprios serviços. É o que está escrito no release distribuído ontem pelo Cremero. A matéria diz que, os Conselhos de Medicina são contrários ao aborto, que continua a ser crime, à exceção dos casos já previstos em lei ou até no máximo as primeiras 12 semanas de gravidez. São contra, “pero no mucho.”
A verdade é que a realidade brasileira contradiz a insistência com a qual as religiões cristãs se posicionam de forma hipócrita e medieval em relação à matéria. Mas os médicos preferem não meter a mão nessa cumbuca. Diz o texto ontem distribuído que “O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os 27 conselhos regionais de medicina (CRMs) deliberaram, por maioria, posicionamento das entidades componentes deste sistema, que representa 400 mil médicos brasileiros, com respeito à ampliação dos excludentes de ilicitudes penais em caso de interrupção da gestação. É importante frisar – continua ele - que não se decidiu serem os Conselhos de Medicina favoráveis ao aborto, mas, sim, à autonomia da mulher e do médico. Neste sentido, as entidades médicas concordam com a proposta ainda em análise no âmbito do Congresso Nacional”, esclareceu o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila. Ou seja: é crime, mas quem quiser está liberado. É uma clara tentativa de se livrar da pancadaria que certamente virá. Resta saber se as igrejas vão engolir essa conversa mole.Leitor condena SiniavEder Soares Paz diz que tem solução para o trânsito, mas não tem poder para aplica-laREGISTRO com algum atraso nova correspondência do leitor Eder Soares Paz, que elogia o trabalho do blogueiro para contestar o que, em minha modesta opinião, seria pelo menos um bom paliativo para a gravidade dos problemas gerados pelo trânsito não só em Porto Verlho, como em todo o país: o Siniav. Diz ele: - “Prezado CHA. Primeiramente, apresento minhas homenagens ao brilhante trabalho como informador e formador de opinião por meio do ótimo BLOGDOCHA! E agradeço pela atenção ao meu comentário sobre o SINIAV. Bem como, peço desculpas pelo fato de só agora, depois de mais de dois meses, abordar novamente o assunto.MAS É QUE também se trata de um problema contínuo do dia-a-dia e que agrava-se ano após ano. Mas já garanto-lhe de antemão que, em nome da paz que carrego no meu nome, tenho sim alternativa melhor - não só para o SINIAV, como também para o sistema de trânsito como um todo. Mas, infelizmente, não estou investido de poderes para resolver tais problemas. Isso me fez lembrar de um professor que disse: se eu tivesse a solução eu estava lá! Infeliz resposta daquele professor. Porque minha resposta é exatamente o contrário: como TENHO a solução, não estou lá! Se NÃO tivesse a solução, aí sim, é que estaria lá - como os que estão lá - mentindo aos que os sustentam.SIM, PORQUE apesar de ser proprietário do sistema de trânsito, juntamente com outros 130 milhões de sócios, não posso fazer nada para resolver o problema. Justamente porque somos 130 milhões de sócios-proprietários da empresa conhecida como República Federativa do Brasil. E nesse meio, sou voto vencido. Portanto, o problema deve continuar agravando-se mais e mais. Mesmo assim, tenho exemplos a dar: não uso bebida alcoólica em hipótese alguma. Não estaciono de jeito nenhum, onde prejudique a visão do condutor que vai atravessar a via. Não conduzo o veículo com excesso de lentidão. E por aí vai.“MAS POR MAIS estranho que pareça” – prossegue o leitor - “sou radicalmente contra a Lei Seca. Porque ela me ofende imensamente. Pois considero uma ofensa grave ser tratado como um viciado em bebida alcoólica! Porque é assim que os fiscais do trânsito agem: tratando a todos como viciados em bebida alcoólica. Além do mais, qual o destino do dinheiro arrecadado com as multas? Ninguém sabe. Essa lei é tão fajuta, que todas as autuações anteriores a 2013 foram derrubadas pelo Judiciário. E daí fizeram um remendo. Desde quando remendo resolve? Portanto, prezado CHA, mantenho a reprovação ao projeto SINIAV, e ainda estendo a reprovação, também à Lei Seca! Era o que tinha a comentar”.AGRADEÇO a Eder Paz pela generosidade das referências, mas tenho que contrariar seu raciocínio. É que se todos fossem cidadãos exemplares como o senhor, o trânsito e muitos outros problemas estariam resolvidos, não apenas aqui, mas em todo o país. Estaríamos perto da sociedade perfeita, a Utopia de Thomas More, a Calípole de Platão ou a Cidade de Deus imaginada por Santo Agostinho. Mas não somos. Ao contrário: somos um povo que só aprende na chibata e muita gente morre de apanhar, claro que no sentido figurado, mas não aprende. Somos assim, avacalhados, mas felizes, dentro do possível, nesta esculhambação total que é o Brasil.
