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Postado por: Carlos Henrique
Data: 26/12/2012Um Haddad "do bem"
Um Haddad “do bem”
O insuspeito e reconhecidamente brilhante articulista Elio Gaspari mostra uma faceta largamente meritória da biografia de um Haddad avesso à política e suas benesses. O nome é Cláudio. Nada a ver, portanto, com o ex-ministro da Educação e prefeito eleito de São Paulo, também Haddad, mas Fernando.
Diz Elio Gaspari que, em 1999, o economista Claudio Haddad comprou a instituição de ensino superior que hoje é o Insper, em São Paulo. Conhecido pelo horror que tem a dinheiro público, transformou uma escola de administração e economia que tinha 660 alunos num educandário exemplar, hoje com 5.000 matriculados.
Ao invés de pedir dinheiro à Viúva, busca recursos na plutocracia nacional. A cada ano arrecada cerca de R$ 2 milhões, destinando R$ 700 mil para um fundo de bolsas que ampara 110 estudantes.
Em 2010, Haddad teve a ideia de criar uma faculdade de engenharia que abrisse suas aulas em 2015, com 150 alunos no primeiro ano e 300 no seguinte. Novamente, foi buscar uma coisa na qual ninguém acredita: filantropos na iniciativa privada. Precisava de R$ 80 milhões.
Em um ano, arrecadou compromissos de R$ 85 milhões. Entraram na vaquinha quatro grupos industriais (Ultra, Votorantim, Camargo Corrêa e Gerdau), três bancos (Itaú, Bradesco e BTG Pactual), mais duas fundações (Lemann e Brava), além de quatro doadores individuais.
Quando Haddad fundou o Insper, tinha patrimônio suficiente para levar a vida al mare. Nunca tirou um tostão da entidade (botou nela uma grana, um ervanário, cujo tamanho não revela), e desde que fundou o Insper jamais tocou em dinheiro da Viúva. Simplesmente acredita que o capitalismo funciona e que há no Brasil milionários que pensam como ele.
A propósito: o nome Haddad é bastante comum entre os povos árabes e significa ferreiro. É o equivalente do lusitano Ferreira, igualmente comum no Brasil.
