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Postado por: Carlos Henrique
Data: 14/11/2012Vocação econômica
Vocação econômica:
Rondônia precisa encontrar
seu rumo e planejar o futuroMeus poucos leitores certamente esperam por comentários mais amenos e divertidos, mas uma questão merece o tratamento sério que o momento exige. Já é passado, há muito, o tempo de ser definida adequadamente a vocação econômica de Porto Velho e do próprio estado de Rondônia e organizar esforços nessa direção. Os governantes deixaram passar, por absoluta imperícia, oportunidades anteriores e não adianta mais chorar pelo leite derramado. Mas alguma coisa precisa ser feita e a partir de agora.
A observação é do ex-deputado Miguel de Souza, que lamentavelmente está deixando Porto Velho para fixar residência em Brasília, uma perda lamentável para um estado como o nosso, extremamente carente de pessoas com a visão necessária para planejar adequadamente o futuro de nossa instável economia. Ele deixa, contudo, orientado o rumo mais adequado ao desenvolvimento de Porto Velho: a exploração de nossa localização geográfica privilegiada e transformar Porto Velho em um imenso entreposto.
Com a construção das pontes binacional sobre o rio Mamoré, em Guajará-Mirim, e sobre o rio Madeira na BR-319, no bairro da Balsa, e na BR-364 em Abunã, e ainda com o fortalecimento da hidrovia do Madeira, qualquer estratégia comercial das empresas nacionais passa obrigatoriamente por aqui. Rondônia deixou a condição de periferia da geografia nacional para ocupar o coração da América Latina. E porto Velho tem muito a ganhar com isso.
As obras da ponte Brasil/Bolívia em Guajará começam em 2013. Por elas as cargas poderão sair de Rondônia em direção aos países andinos e até o mercado asiático. E os caminhões poderão conseguir frete de retorno trazendo sal para o gado e insumos agrícolas a preços fantasticamente favoráveis. Ou seja: além de uma enorme economia de frete, a produção rondoniense ainda ganharia uma vantagem quase inacreditável na composição de preços que a tornaria imbatível em qualquer mercado.
É hora de nossas autoridades começarem a se mexer. Para começar, a construção de um porto seco em Porto Velho já seria uma grande demonstração de seriedade.
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1 - RELÓGIO PARADO – Já disse aqui que mesmo o relógio parado pelo menos uma vez por dia está certo. É o caso do presidente da Assembleia, Hermínio Coelho, que acertou na mosca ao propor a realização de uma audiência pública para reavaliar a isenção fiscal concedida pelo então governador Ivo Cassol às Usinas do Madeira.
2 - SEM SENTIDO – A concessão de incentivos fiscais às empresas destina-se normalmente a atraí-las para a região. Isso não se aplica no caso das usinas, já que elas teriam obrigatoriamente de ser instaladas no rio Madeira. Aonde mais?
3 - CONPENSAÇÃO – Trocar isenção fiscal por compensações não passa de conversa fiada. Nenhuma compensação será maior do que o imposto a ser recolhido. E os benefícios para a população (a não aqueles que vão diretamente para os bolsos de alguns afortunados), seriam igualmente maiores, se melhor aplicados os recursos.
4 - AMBIENTAL - Ademais, as usinas teriam obrigatoriamente que investir recursos consideráveis como compensações sociais e ambientais pelos impactos de vizinhança.
5 - VERDADE – A experiência indica que se procurar debaixo desse angu a carne será encontrada. Mas se a movimentação da Assembleia tomar corpo e de repente for transformada em pizza, todos sabem o que terá ocorrido.
6 - CONVENÇÃO – Nada menos que sete chapas já estavam sendo formadas para disputar a convenção municipal do PMDB, que acabou sendo cancelada pela intervenção determinada pelo comando regional da sigla. Mas não deixa de chamar a atenção o número de postulantes. Será que algum deles tem votos para encher uma Kombi?
7 - CAUTELA - Página do Jus Brasil informa que a segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de magistrado, afastado cautelarmente de suas funções, que queria ter direito a receber em dinheiro o valor correspondente às férias, acrescido do abono constitucional de um terço. O redator, de forma igualmente cautelar, omitiu o nome do cara-de-pau. Afinal, sabe-se lá...
