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Postado por: Carlos Henrique
Data: 02/08/2015Conta outra Catta Preta
Conta outra Catta PretaAinda a respeito das ameaças anunciadas em rede nacional pela advogada Beatriz Catta Preta, a quem desde o início defendi, mas contra quem me coloquei na defensiva depois da entrevista, continuo com a curiosidade açulada para saber de onde, diabos, ela tirou as ameaças que determinaram a decisão radicalíssima de fechar o escritório e abandonar a clientela e até mesmo a profissão. Como atua há mais de 20 anos no crime - onde inclusive conheceu o marido – ela deveria trafegar, como demonstrou nas oito delações premiadas que negociou, com absoluta desenvoltura, numa área que provocaria taquicardia em qualquer dos mortais comuns, entre os quais me posto.Isso amplia a gravidade da denúncia, posto que não seria qualquer cara feia que iria desestabilizar Catta Preta. A ponto de fazê-la largar tudo, inclusive o país, coisa que desmentiu em público mas que havia anunciado para vários interlocutores, até para justificar o abandono da clientela. Como disse, ela espicaça e acicata minha bisbilhotice profissional. Está certo que o padrão de relacionamentos da advogada envolve um patamar inimaginável para quem está fora. O jogo é definitivamente muito pesado quando envolve empresas gigantescas, governo e demais poderes. E muitos bilhões de dinheiro sujo. Mas não o dinheiro dela, não importa quanto ganhou, é legal e insuspeito. A menos que tenha recebido “por fora” lá fora e nada tenha declarado.Sobre os suspeitos por ela elencados, duvido que possa aponta-los na ação judicial que Eduardo Cunha anuncia mover contra ela. Ocorreu-me, a propósito, um trecho de “O Poderoso Chefão”, de Mário Puzo, que encontrei no Google. Foi no discurso que Don Vito Corleone fez para os mais importantes “capos” do país: “Sou um homem supersticioso, um defeito ridículo que devo confessar aqui. Se algum incidente infeliz ocorrer ao meu filho caçula, se algum oficial da polícia acidentá-lo, baleá-lo, se ele se enforcar na prisão, minha superstição me fará sentir que foi o resultado da má vontade que algumas pessoas aqui presentes ainda alimentam a meu respeito”.- “Se meu filho for atingido por um raio” – continuou ele – “culparei algumas das pessoas aqui presentes. Se seu avião cair no mar ou seu navio afundar, sele pegar uma febre mortal, se seu automóvel for colhido por um trem, tamanha é minha superstição que porei a culpa na má vontade de algumas pessoas aqui presentes. Senhores: essa má vontade, esse azar, eu jamais esquecerei”.Isso pode ser aplicado integralmente no caso da advogada. Se ela escorregar, cair e bater com a cabeça, a culpa vai cair no colo do presidente da Câmara. Lula, dona Dilma e todo o PT haverão de assegurar de que ninguém se esqueça disso. Daí que, encurralado, Eduardo Cunha não tem alternativa senão obriga-la a apontar judicialmente aqueles que acusa pelas ameaças. Ou admitir publicamente que mentiu, o que talvez seja o melhor a fazer, consideradas as circunstâncias.Mas Cunha deve se precaver, inclusive com garantia da segurança física da advogada e familiares. Vai que acontece um azar? É muito grande o risco de que as tais ameaças sejam efetivamente cumpridas por alguém que tenha interesse em complicar a vida do presidente da Câmara. Gente capaz de mandar fazer isso existe aos montes. A família de Celso Daniel que o diga.BLOGDOCHA
CATTA PRETAPubliquei no Facebook uma nota sobre o assunto. Disse que embora o país esteja moralmente endividado com a advogada Beatriz Catta Preta, pelo recorde histórico de delações premiadas por ela conduzidas para tirar a máscara de bom moço de um monte de bandidos milionários à custa de nosso dinheiro, acredito que a causídica esteja a dever ao público uma explicação mais verossímil do que aquela exibida na Globo.
Ela se diz ameaçada, mas quem seria louco a ponto de atentar contra sua vida nesse momento? O presidente da Câmara? Nem pensar. No caso dele eu providenciaria uma escolta poderosa para a advogada. Se cai um raio sobre sua cabeça com certeza a culpa será de Eduardo Cunha, pois não? Aí tem coisa e o mais provável é que ela esteja apavorada com a possibilidade dessa coisa vir a ser descoberta.Um leitor protestou em comentário no Blog. Disse que estou muito imaginativo, vendo ou criando fantasmas. E que minha nota parece mais uma investida pelos caminhos da teoria da conspiração. Respondi que a realidade brasileira demonstra ser desnecessário teorizar coisa alguma. Como diziam velhas raposas udenistas de Minas Gerais, “a situação está de vaca estranhar bezerro”.
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