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Postado por: Carlos Henrique
Data: 06/05/2014Transtorno bipolar
Transtorno bipolarLeitores questionaram o blogueiro sobre o comentário publicado ontem a respeito da morte do menino Bernardo Uglione, assassinado pela madrasta, Graciele Boldrini, em Três Passos (RS). Ela está presa, juntamente com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini. O crime, que revoltou o país, foi antecedido por outra morte, a da mãe do menino, Odilaine Uglione, que teria suicidado. Volto ao caso para esclarecer adequadamente meus exigentes leitores acerca do raciocínio do blogueiro. É que os mesmos personagens e circunstâncias participam de ambos os casos.Ambas as mortes envolveram uma enfermeira que, de amante, se transformou em esposa, madrasta e assassina. E o dinheiro do pai, que seria dividido, primeiro com a mãe biológica do menino, que se separava judicialmente do médico e, agora, com o próprio garoto, que pediu a transferência de sua guarda para outra família. Tudo parece conduzir à possibilidade de ter ocorrido homicídio e não suicídio no caso de Odilaine. E se isso tivesse sido constatado à época, certamente a vida do garoto teria sido salva.Segundo a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, responsável pelo caso, o menino só voltou aos cuidados do pai porque ela resolveu dar "uma segunda chance". Receoso, Bernardo ainda perguntou à promotora o que ele poderia fazer se algo de ruim acontecesse. "Eu disse a ele para procurar ajuda e correr para o Ministério Público”. Não houve tempo. A questão é saber se as autoridades vão se interessar agora por uma investigação mais cuidadosa da morte de Odilaine Uglione. A influência do ex-marido certamente pode ter pesado na conclusão original pelo suicídio.Isso remete para outro caso, que corre no judiciário rondoniense. Um jovem viciado é preso por acusação de tráfico de maconha. Ele estava acompanhado em seu carro de um traficante, que teria jogado pela janela um pacote com 300 gramas da droga ao perceber a aproximação da polícia. O traficante, que inicialmente acusou o rapaz de cumplicidade, voltou atrás e, em novo depoimento, o inocentou. Acontece que isso teria acontecido “fora do prazo”. Não sou especialista no assunto, mas desperta minha curiosidade esse negócio de inocência com prazo definido para comprovação, sob pena de transformar-se em culpa. É instigante. Peço inclusive o auxílio de especialistas no assunto para orientação desde blogueiro ignorante.O caso é mais complicado porque o viciado sofre de transtorno bipolar, conforme atesta relatório do renomado psiquiatra e analista Luiz Paulo Grinberg, que atesta ser o rapaz portador de transtorno bipolar tipo I e dependência química. Um problema conduziu inequivocamente ao outro, segundo o relatório. O transtorno bipolar provoca forte depressão que, aliada à chamada síndrome de abstinência, já o conduziu a repetidas tentativas de suicídio. Isso, conforme atestam documentos do presídio aonde se encontra hoje, já teria acontecido três vezes depois da prisão.O relatório médico parece já ter sido anexado aos autos, mas ao que tudo indica não terá recebido a atenção devida. Enquanto isso, na prisão, o rapaz foi violentamente espancado por outros presos ao se recusar a participar de uma tentativa de rebelião. O certo é que caso ele venha a ser morto no presídio as autoridades judiciárias envolvidas terão tenta culpa quanto a mão que executou o crime. Exatamente como acontece em Três Passos com a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira, que deu uma “segunda chance” para os criminosos assassinarem o menino Leonardo.
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