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Postado por: Carlos Henrique
Data: 28/06/2013Data venia, procurador
DATA VENIA, PROCURADOREm respeito aos meus poucos leitores, sinto-me no dever de me aventurar pelo terreno pantanoso da natureza humana cujo desígnios – já disse alguém mais inteligente – são absolutamente insondáveis. Mas não posso deixar de comentar a manifestação do procurador federal Reginaldo Trindade no artigo publicado hoje no Diário da Amazônia. Respeito e admiro o procurador, mas a condenação generalizada de toda a família pelos crimes cometidos por alguns de seus integrantes nos remete aos tempos nos quais uma condenação era estendida a todos os familiares e gerações futuras.
A generalização exposta no artigo do eminente procurador exibe um radicalismo reprovável, incompatível com suas importantes atribuições no Judiciário, porque, acredito eu, compromete a impessoalidade que se espera de um julgamento isento. A própria utilização de "clã" inserida no texto exprime um tom depreciativo e acusador. Não se pode esquecer que Marcos e Natan Donadon, criminosos condenados, foram várias vezes legalmente eleitos pelo voto popular. A condenação das famílias de políticos formadas dentro do ambiente democrático pode ser interpretada como um condenável ativismo judicial que contesta a própria democracia.Respeito a manifestação do procurador, mas, data vênia, considero-a infeliz e preconceituosa. Cumpre esclarecer que não sou advogado, mas a realidade ensina que a condenação antecipada de um grupo presta-se mais aos interesses de um grupo adversário do que à moralização da política ou combate à corrupção. Corrijam-me, por favor, os leitores, se eu estiver errado.E mais:Enquanto convoca governadores, prefeitos e as bancadas do Congresso para coonestar com apoio presencial sua estratégia de desviar a atenção dos manifestantes e impor anseios próprios, dona Dilma manda emprestar um bilhão e tarará do BNDES ao Sudão para financiar a construção de uma ferrovia que interessa exclusivamente às empreiteiras que vão financiar sua campanha e a seu principal lobista, o ex-operário e atual milionário Lula. Que, aliás, está escondido sob a mesa, esperando que o povo se acalme e saia das ruas. Enquanto isso, nossa ferrovia, babau. A ponte de Abunã, idem.
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