-
Postado por: Carlos Henrique
Data: 07/06/2013Funai avança em RO
Jornalista denuncia
negociatas da FunaiEstá em gestação um mega avanço sobre terras de Rondônia. Imprensa finge que não vêO jornalista Rui Fabiano distribuiu na internet um bem elaborado comentário sobre a questão indígena brasileira. Diz que enquanto os 200 milhões de brasileiros ocupam 2,5% do território nacional, os cerca de 800 mil índios dispõem de 13% do território só para eles (cerca de 110 milhões de hectares). E a Funai quer ampliar para 20%. A Etnia que viajou 24 horas de ônibus para embargar as obras de Belo Monte vendeu, ano passado, por R$ 120 milhões de dólares, à empresa irlandesa Celestial Green – uma das líderes mundiais no mercado de “créditos de carbono” -, direitos de exploração por 30 anos sobre uma área 16 vezes o tamanho da cidade de São Paulo. E nem os índios podem explorar. Há registros de mais 36 contratos semelhantes com empresas estrangeiras. Para quem imagina que isso nada tem a ver com Rondônia, cumpre informar que a Funai está de olho grande em mais uma considerável fatia do estado. Sob aplausos de nossa esquerda de Facebook. Radical e festiva.O que o governo tem a ver com isso? Tudo. Enquanto a imprensa finge desconhecer, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, comanda a balbúrdia. Ele é o chefe direto de Paulo Maldos, ex-marido da atual presidente da Funai, Marta Maria Azevedo, responsável por mais esta verdadeira bandalheira na fazenda Buritis, em Mato Grosso, em Lábrea, em Belo Monte, e perto de acontecer em Guajará-Mirim e Extrema, além da incorporação da reserva extrativista de Ouro Preto do Oeste e da reserva ambiental Pakáas Nova, essas duas em discussão na Justiça. A Justiça suspendeu a reintegração de posse, conforme queria o governo. O jornalista Reinaldo Azevedo observa que os índiosEntão ficamos assim: os índios invadiram a área contra a lei, destruíram a sede da propriedade, responderam à ação da polícia a bala, receberam autoridades a tiros — e atiraram para matar, o que só não aconteceu porque os policiais usam colete de proteção —, rasgaram o mandado de reintegração e disseram: “Daqui não saímos”. Índios, porque índios, podem ignorar a Justiça brasileira? Não podem.Rui Fabiano lembra que não é de bom tom, nem muito menos progressista ou politicamente correto afrontar a causa indigenista. Afinal, o Brasil pertencia aos índios e lhes foi tomado pelo invasor europeu. Deve-lhes, portanto, eterna reparação, que, diga-se, não tem sido negligenciada. A Constituição Federal dedica-lhes todo um capítulo (o oitavo), com dois artigos (o 231, com sete incisos, e o 232), garantindo-lhes direito originário sobre suas terras. Nenhum outro segmento da população desfruta de tal regalia. Além de dispor de um órgão federal só para atendê-los, a Funai, e outro, a Funasa, para lhes dar assistência médica e sanitária, podem ainda, como os demais cidadãos, utilizar os serviços do SUS (o que não chega a ser sedutor).Apesar de todo esse assistencialismo, cuja justeza aqui não se discute (não é o ponto), os porta-vozes da causa insistem no abandono desses brasileiros e acham insuficientes as terras que já lhes foram demarcadas. E aí começa a ocultação de dados, vitais para que o tema seja posto em suas devidas proporções. Os índios são, os maiores latifundiários do país, embora continuem pobres e carentes, mesmo dispondo de mais de cem mil ONGs (uma para cada oito índios) a eles devotadas. Tais paradoxos, claro, não frequentam as discussões públicas do tema. São inconvenientes. Os recentes conflitos, envolvendo produtores rurais e índios, não decorrem, como se sustenta, da tentativa de reduzir ou subtrair suas terras. Trata-se do contrário: a Funai quer ampliá-las, ainda que sem base legal, incitando invasões de fazendas. Acha insuficientes os 13% já demarcados e quer estendê-los para 20%.O Conselho Missionário Indigenista (CIMI), coadjuvante da Funai na defesa de um índio eternamente primitivo, ente da natureza – como as onças e as capivaras -, quer mais: além das áreas que a Funai já relacionou, pretende incluir outras 322. O resultado são os conflitos, em que os índios, massa de manobra de uma antropologia retrógada e ideológica, se expõem à violência e não melhoram sua condição. Os proprietários da fazenda Buritis, em Mato Grosso do Sul, cenário do conflito em que um índio terena morreu em confronto com a polícia, têm documentação de posse datada de 1927 – e desde então nenhum índio aparecera por lá para postular a propriedade em nome dos seus ancestrais.No mesmo dia dos conflitos na fazenda Buritis, índios mundurucus voltaram a invadir o canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, para reclamar de invasão de suas terras. Ocorre que suas terras ficam a 800 quilômetros dali. Alguém os organizou e os embarcou em ônibus, numa viagem de 24 horas, para um protesto que paralisou as obras e pôs em risco a segurança dos trabalhadores e dos próprios índios, que chegaram armados e dispostos a brigar.Não foi a primeira e nem provavelmente será a última tentativa de usar os índios para embargar uma obra que, embora o governo federal a considere vital para o desenvolvimento da região, a Funai, a ele (em tese) subordinada, discorda. Cada dia de obra paralisada em Belo Monte custa R$ 10 milhões do nosso dinheiro. Esse prejuízo, desde o início da obra, em 2011, já chega a R$ 1 bilhão. E não é fato isolado. Por aí se vê que há algo mais que devoção antropológica ou desejo de reparação em pauta. Há, sim, interesses, e graúdos, que passam ao largo da discussão do tema e são ignorados pela sociedade brasileira.
Comente!!