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Postado por: Carlos Henrique
Data: 26/04/2012Desculpas esfarrapadas têm explicação científica
Meu amigo e leitor fiel Fernando Masina conta que um casal estava no shopping, quando de repente, o maridão some. Irritada, e com a voz já alterada, a mulher liga para o celular dele:-Onde diabos você se meteu?-Querida, lembra-se da joalheria onde você viu um colar de diamantes e se apaixonou por ele?Um pouco envergonhada, mas com um sorriso de orelha a orelha, olhos brilhantes, quase se desculpando, ela respondeu:-Sim, meu amor. Claro que me lembro.-Pois é, tô tomando uma cervejinha no bar ao lado!A piada não tem coisa alguma a ver com o que pretendo dizer aqui, mas sempre ajuda a conseguir melhor receptividade do leitor para a conversa fiada que vem a seguir.É que alguém perguntou como pode o sujeito, pego com a boca na botija, filmado no maior flagrante de corrupção, ou com a cueca abarrotada de dólares, ter o descaramento de pretextar inocência. Ou fazer como Luiz Inácio: alegar que nunca soube de nada. Ou, ainda pior, que o mensalão nunca existiu?Mas pode ser que, conscientemente, ele não sabia mesmo. Isso merece um estudo mais cuidadoso da ciência. Vou explicar.Trata-se de um mal de que são acometidos alguns políticos, uma síndrome que se manifesta principalmente quando são encontrados em situação vexatória atrás do armário com a rima.Você certamente conhece o conselho de Machiavel ao príncipe, recomendando que sua mão direita não deve saber o que a esquerda está fazendo.Pois é. Políticos atuais conseguiram não apenas incorporar o conselho, mas ampliá-lo – alguma coisa a ver com a Teoria da Evolução de Darwin. Com isso, impõem um bloqueio inconsciente às ações das mãos, como ocorreu no caso do sujeito que guardou os dólares na cueca ao invés de na carteira ou na pasta.Também bloqueiam a audição, como aconteceu no caso de Lula, nas inúmeras vezes em que foi avisado sobre a roubalheira de Zé Dirceu no mensalão e ainda hoje na Petrobrás, Banco do Brasil, Ministérios e Fundos de Pensão.O cérebro também passaria a não controlar, conscientemente, o que o sujeito diz em público e depois desmente: “O quê? Eu nunca disse isso!” Se há gravação é montagem e a culpa é ‘das elite’ ou da imprensa’.Até as expressões faciais, gestuais e o timbre da voz manifestam uma indignação verdadeira, se considerada a mente objetiva. É que tudo passa a ser natural e instintivo, como os dribles de Neimar, entenderam?
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