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Postado por: Carlos Henrique
Data: 10/12/2012Baú fugiu
Baú fugiu
O quase ex-presidente da Fiero, Denis Baú, não atendeu ao conselho deste Blog do CHA (Sai Daí Baú). Achou que era brincadeira, só porque o blogueiro aproveitou-se da frase, celebrizada por Roberto Jeferson, que está na origem do processo do mensalão: “Sai daí Zé!”.
Pois deu no que deu. Denis Baú, que exibia na manhã de sexta a mais absoluta confiança na incapacidade da oposição reunir os dois terços de votos necessários ao cancelamento da eleição fraudada, resolveu desprezar a razão e apostar o que lhe poderia restava de dignidade. Perdeu. E, ao invés de sair de cabeça erguida com uma renúncia digna, fugiu, praticamente escorraçado por uma maioria de 14 votos.
Mãe Hermínia acerta
A vidente diz que suas denúncias contra o prefeito foram comprovadas. Mas não fez qualquer previsão sobre as obras no novo prédio, que podem levar mais uma vez a Polícia Federal aos corredores da Assembleia.Mãe Hermínia Sete Copas – a vidente do baralho – comemora com festa a prisão do secretariado de Roberto Sobrinho – afastado da Prefeitura – na Operação Vórtice da Polícia Federal. Mas não há vantagem alguma nisso. Afinal, Mãe Hermínia, estava lá, no seio da quadrilha, até outro dia.
Era inclusive do mesmo partido do prefeito, de cuja administração foi aliado e defensor, até que alguma coisa deu errada e ele saiu atirando. É até suspeita, aliás, a proximidade da vidente com os bandidos. Não custa lembrar que ele foi por duas vezes eleito vice de Valter Araújo. Coincidência? Humm.
O certo é que ele anunciou por diversas vezes a retomada das obras do novo prédio da Assembleia, tocadas até à paralisação pela Engecom, empresa ligada a Valter Araújo, e nunca mais tocou no assunto. Enquanto isso o prédio inacabado continua lá, como um desafio à indignação portovelhense, um verdadeiro monumento à corrupção.
Sobrinho: "Nazif só vai pegar o filé"
Com relação ao final melancólico da administração Roberto Sobrinho, vale lembrar que este blogueiro já chamou a atenção para pelo menos um dos problemas: as obras inacabadas dos viadutos. Foi em 06 de novembro. O texto dizia:
Está no jornal: o quase ex-prefeito Roberto Sobrinho assegura que vai entregar uma Prefeitura azeitada, limpa, suave e perfumada como um vinho rosé novo de Provence ao deputado Mauro Nazif. Roberto Sobrinho disse que se Mauro Nazif resolver assumir o remanescente das obras dos viadutos, “só vai pegar o filé”.
Basta consultar qualquer empreiteiro, contudo, para saber que isso só poderia acontecer se o boi tivesse mais de um corte do tipo, pois dali já foi chupado até o tutano dos ossos. Não fosse assim, os técnicos da Sempre/Prefeitura não estariam ainda desesperados para encontrar uma saída capaz de conduzir ao fechamento das contas do convênio celebrado com o DNIT de forma amigável. Pior: o DNIT já entregou ao MP cópia de toda a documentação relacionada com o convênio.
E MAIS:
Está no blog “Cala a boca Jornalista” o comentário sobre o poema “Quadrilha”, de Drumond (“Carlos que amava Dora, que amava Rita, que amava Paulo que amava...”) e sua associação com a brutal realidade política brasileira, com certeza fonte de inspiração para Roberto Sobrinho:
"Registra-se que o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, é marido da bonita senadora Gleisi Hoffmann, a ministra chefe da Casa Civil. Registra-se que o secretário geral da Presidência, Gilberto Carvalho, é irmão de Miriam Belchior, a ministra do Planejamento, que foi casada com Celso Daniel, o assassinado ex-prefeito de Santo André.
Registra-se que a doutora Elizabete Sato, delegada nomeada para investigar o tal assassinato, é tia de Marcelo Sato, marido de Lurian Cordeiro da Silva, filha do ex-presidente Luiz Inácio da Silva. Sim, aquela do escândalo arquitetado por Fernando Collor na campanha eleitoral de 1989.
Registra-se que Marcelo Sato é o titular de uma empresa de assessoria que presta serviços ao federalizado Banco do Estado de Santa Catarina, presidido pelo marido da senadora Ideli Salvati, e tem como diretor Jorge Lorenzetti, o churrasqueiro oficial do então presidente Luiz Inácio da Silva e um dos protagonistas do escândalo da compra de dossiês.
Fica registrado, pois, nestas poucas e suficientes linhas, o entrelaçamento de apaniguados e parentes em apertados laços de família."